Livro Físico
R$ 65,00
Disponível por encomenda
“Pactos Elementais” mergulha em um mundo pós-apocalíptico, onde o inimaginável torna-se cotidiano.
Nesta antologia, personagens como um idoso resiliente, um viúvo corajoso, um caçador de meia-idade e um jovem sarcástico enfrentam criaturas mágicas e fenômenos sobrenaturais em sua jornada para proteger as crianças sob seus cuidados.
Cada conto revela um aspecto único deste mundo dilacerado, desde túneis enfestados por goblins até cidades abandonadas, desafiando nossos heróis a cruzar fronteiras morais em nome do amor incondicional.
Essa antologia te convida a refletir sobre o preço do sacrifício e a força do vínculo paterno, mesmo quando confrontado com o poder avassalador da magia e do destino.
LP Cardoso, nascido em Brasília/DF, é um contador de histórias que encontrou nas páginas em branco o seu campo de batalha e nos personagens, os seus camaradas mais leais.
Criado na efervescência cultural da década de 80, LP é um nerd que mergulhou no universo expansivo dos jogos RPG e Magic the Gathering. Nesses mundos, a fantasia não conhece limites e cada jogada é um desdobramento de narrativas épicas. Essas experiências moldaram se olhar crítico e sua imaginação.
Como escritor amador tem aspirações grandiosas em autores como: Patrick Rothfuss, Brandon Sanderson e J.K. Rowling.
Subgênero: Fantasia
Páginas: 180
Autores: L.P. Cardoso
Formato: 15 x 21cm
Acabamento: Sem Laminação
Miolo: Pólen 80g
Edição: 1 ª Edição
Só os corajosos se aventuravam fora da colônia.
Meu coração batia forte enquanto eu corria pelas ruínas da cidade abandonada. O enorme lobo vermelho me perseguia, suas presas afiadas brilhando sob a luz do entardecer. Eu sentia o seu hálito quente no meu pescoço, motivando-me a acelerar o passo. Deslizei por cima da carcaça de um carro enferrujado, mas o lobo o saltou como se não fosse afetado pela gravidade.
Quando ele se aproximou para me morder, virei rapidamente e disparei uma flecha. Acertou precisamente no peito da fera, mas isso não a impediu de avançar. Pelo contrário, arreganhou a bocarra cheia de presas alvas e seu pelo se eriçou. Rosnando, ele se preparou para outro ataque. Pulei para o lado no último segundo, agarrando uma barra de ferro que pendia de uma antiga fachada de loja. Com uma pirueta, subi até o telhado, ganhando uma pequena vantagem.
Posicionei minha última flecha e mirei cuidadosamente enquanto o lobo circundava o prédio, procurando uma maneira de me alcançar. Quando ele ficou embaixo de mim, soltei a corda. A flecha mergulhou do alto, perfurando o lobo exatamente no coração. A criatura maligna desabou no chão.
Desci cautelosamente, ainda alerta a qualquer sinal de movimento. Ao alcançá-la, desembainhei minha adaga, sua lâmina refletindo um último adeus do sol moribundo.
Cortei a carne com a destreza de quem não tem tempo a perder e encontrei a gema azul, um enigma cristalino, perto do coração agora inerte. Quando a levantei contra o último fio de luz do dia, uma corrente elétrica me atingiu, um júbilo e terror inexplicáveis misturados em um único momento.
“Íris vai adorar essa joia, um novo tesouro para sua crescente coleção” pensei, enquanto meus olhos devoravam o azul profundo da pedra que rivalizava com os oceanos intocados de lendas antigas. O brilho dela dançava em harmonia com as outras já incrustadas em minhas armas. Joguei-a no fundo da mochila, sentindo uma espécie de satisfação triunfante.
Ao forçar a remoção da flecha do corpo do lobo, o eixo de madeira se partiu com um estalido traiçoeiro. “Ah, que crueldade do destino” murmurei, imaginando como seria enfrentar as monstruosidades da noite com minha arma.
A escuridão engolia a cidade como uma maré negra, acompanhada de um vento que carregava o toque gélido de um prelúdio invernal. Uma pontada de apreensão se alojou em meu estômago e meus dedos tremeram ligeiramente. Puxei a jaqueta mais perto do meu corpo, como se me blindasse tanto do frio quanto da sensação emergente de vulnerabilidade.
Eu me movia nas pontas dos pés pelas ruas, sempre atento a qualquer sinal de movimento. Meu suprimento de flechas havia se esgotado com o lobo vermelho, restando apenas a adaga presa ao cinto.
A lua brilhava fraca no céu, sua luz fantasmagórica projetando sombras inquietantes. O vento uivava entre os prédios abandonados, assobiando uma melodia lúgubre. Em cada esquina eu esperava encontrar alguma criatura disforme, algum monstro nascido das profundezas das fendas.
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