Editora prepara plano de carreira para escritores de fantasia, sci-fi ou horror
Uma realidade muito distante dos escritores nacionais, sobretudo quanto aos autores da literatura de nicho, é o contrato fixo com uma editora.
Muitos autores que começaram há pouco tempo não possuem a menor ideia sobre como é a carreira de escritor. Mais ainda, não imaginam que editoras não só podem publicar e divulgar suas obras, como também pagar antecipadamente pelos direitos autorais dos seus livros.
Mas como seria imaginável uma editora pagar para um autor antes de um livro chegar ao mercado? Ou seja, sem nem mesmo um exemplar vendido no ambiente virtual ou nas prateleiras de uma livraria?
A realidade que muitos escritores desconhecem
Determinados autores recebem propostas de editoras que desejam publicar seus livros. Elas pagam antecipadamente um valor de direitos autorais, mesmo antes da veiculação do livro no mercado.
Isto é possível pelo nível de confiança que a editora possui naqueles autores. Um bom exemplo dentro da literatura fantástica é Brandon Sanderson. Uma empresa com fantasia ou sci-fi em sua linha editorial e com sã consciência não desperdiçaria um contrato com um autor de cujas maiores característicias são a qualidade, a produtividade e o… lucro.
No entanto, as reticências expressam a distância da produtividade até a lucratividade, algo que muitos escritores confundem no início de suas jornadas.
Inúmeros autores produtivos publicam diversas obras, muitas vezes uma a cada ano, mas não fazem seu produto – no caso, o livro – render em vendas. Isto se deve a pouca evidência do seu nome, por ideias que não foram encaradas desde o princípio como projetos literários e, principalmente, pela qualidade prosaica.
A ilusão predominante no mercado editorial
É aqui onde a autopublicação pode ser uma armadilha imensurável. Com a crença de que certa quantidade de publicações torna o escritor relevante, ele muitas vezes não sai do lugar no quesito escala. Ou seja, nas vendas do próprio livro.
A crença se estabelece em números que, no marketing, são chamados de “métricas de vaidade”. Elas muitas vezes se refletem pela:
- Soma de livros publicados de forma autônoma;
- Quantidade de seguidores nas redes sociais;
- Números de leituras em determinadas plataformas etc.
O problema é que estes números na maioria das vezes não convertem em vendas, fator determinante para que editoras decidam publicar um livro.
Embora isoladamente não seja sinônimo de sucesso, a produtividade é essencial para criar viabilidade nos investimentos das editoras que acompanham a carreira do escritor. Um nome de peso, somado ao fato de que ele escreverá pelo menos um livro por ano, eleva o nível de confiança da empresa no aumento do catálogo e nas vendas do mesmo.
Como a editora se beneficia com o pagamento antecipado de direitos autorais
É sempre bom lembrar que uma empresa nasce de um investimento inicial.
Para firmar uma boa parceria, é natural que uma editora ofereça ao autor de renome um contrato com alguma vantagem explícita. Eis que surge o pagamento antecipado de direitos autorais.
O nível de confiança da editora já é tão grande naquele autor que ela prevê em contrato o pagamento de determinada quantidade de livros vendidos, já tendo em sua estratégia comercial a estimativa segura de que terá o retorno daquele investimento em pouco tempo.
Pense que você possui uma editora com uma oportunidade viável de negócio com Stephen King, autor que dispensa apresentações. Como editor, não valeria a pena que seu investimento inicial fosse o pagamento antecipado para que ele escrevesse um livro para o seu catálogo, elevando muito o nome do seu selo?
A resposta é óbvia, mas simples devido ao fato de King ser um autor famoso, mas esta realidade familiar aos renomados também estará próxima de autores iniciantes.
Fantásticos prepara programa de carreira para escritores de literatura fantástica
Um dos grandes gargalos do mercado editorial brasileiro é a ausência do desenvolvimento de carreira dos escritores de literatura fantástica.
Os escritores pouco se desenvolvem quando o assunto é carreira literária no país. Ao mesmo tempo, editoras preferem investir em livros já testados em mercados seguros, trazendo inércia quando o assunto é oportunidade.
Embora exista uma demanda de autores que sonha em viver da literatura fantástica, as oportunidades são quase nulas. Isto pode ser evidenciado nos eventos literários, como a Bienal. De forma recorrente, nomes famigerados no mercado nacional se repetem, dando pouco ou nenhum espaço para novos autores.
Pensando no modelo estrangeiro que pode ser aplicado no país em larga escala para autores de fantasia, sci-fi ou horror, a Fantásticos Editora desenvolveu um programa de acompanhamento de carreira.
Os caminho para esta oportunidade diferenciada começou a partir de dezembro de 2020 e ganhou forma no início de 2023. O trabalho de pouco mais de dois anos uniu experiências dos treinamentos oferecidos pela editora, como os cursos Escritor Fantástico, Palavras Mágicas, Contista Fantástico e mentorias em grupo, como Comensais Arcanos e Encantador de Textos.
A metodologia foi consolidada para que autores iniciantes saiam do programa de desenvolvimento com um contrato fechado com a editora. Ele também já contém a previsão de pagamento antecipado dos direitos autorais.
Os detalhes sobre como funcionará o plano de carreira na Fantásticos ocorrerão no workshop Carreira Fantástica. O evento ocorrerá na próxima terça-feira, dia 31 de janeiro, com três dias de duração. A participação será totalmente online e gratuita, bastando apenas estar no grupo fechado de WhatsApp para receber os links dos vídeos.
