Livro Físico
R$ 33,00
Disponível por encomenda
As quatro narrativas nos conduzem por uma jornada de mistério e autodescoberta:
“Acordei sem saber quem eu era, e isso ainda não era o pior…” Conto Caçada.
“‘Ela é mal-assombrada.’ A frase mais clichê foi jogada naquela reunião. As fotos e pesquisas incompletas, fizeram uma equipe inteira acreditar nisso.” Conto Conexão.
“A escuridão me engolia, aos poucos, até que um raio cortou o céu e iluminou a sala. Aquela pequena fração de segundos ficaria cravada em minha alma.” Conto Reparação.
“Enquanto toda aquela loucura se desenrolava eu não conseguia parar de pensar. Se eu era um fantoche
então tudo aquilo era uma farsa?” Conto Revelação.
Todos estão unidos por um desejo comum: desvendar os segredos que os envolvem.
À medida que as histórias são desvendadas, a busca pela verdade os levará a descobertas surpreendentes, que desafiarão a compreensão da realidade.
Prepare-se para mergulhar em um mundo de mistério e revelações profundas nesta envolvente antologia.
Entretida em livros desde que aprendeu a ler e escrever, não sabe mais como viver sem eles.
Escritora de peças teatrais na juventude, só encontrou na vida adulta a estrutura e responsabilidade certa para escrever. Nesse ponto, a fantasia, romance e mistério a recebeu muito bem.
Apaixonada e sempre em busca de melhorar, torce para que todas suas criações cheguem aos leitores, com tanta intensidade e emoção como elas foram criadas.
Subgênero: Fantasia
Páginas: 86
Autores: Veronica Xavier
Formato: 15 x 21cm
Acabamento: Sem Laminação
Miolo: Pólen 80g
Edição: 1 ª Edição
Os sons traziam a tempestade. Era só um palpite, já que a minha mente estava nebulosa tentando encontrar alguma razão ali.
– O senhor acordou? – A mulher constatou, enquanto sua roupa confirmava a minha situação. – Sente alguma dor?
Que dor eu deveria sentir?
Olhei em volta, meu braço esquerdo e abdômen estavam enfaixados.
– Não sinto nada.
– O remédio que está tomando teve bom efeito, então. Qual o seu nome?
Minha boca abriu algumas vezes, como se ela soubesse daquela informação e eu não.
– Não me lembro.
A mulher me encarou.
– Como poderia? – Ela falou, olhando várias folhas presas em uma prancheta. – Não há impacto na cabeça, só escoriações e osso do rádio quebrado. Como conseguiu isso?
Não havia resposta.
– Dra. Palmer vai adorar o seu caso. Farei o encaminhamento para ela, tenho certeza de que vai te ajudar a se recuperar.
– Obrigado, eu acho.
– Mais tarde volto para colher algumas amostras – ela falou enquanto saía daquela sala tão clara.
Tive a impressão de ouvir um som agudo, como se estivessem trancando-me ali. Não parecia haver motivos para tal, então ignorei.
Me sentei e pude ver pela janela. Mesmo com o sol a pino, havia uma sensação fúnebre lá fora. As idas e vindas eram acompanhadas de rostos sérios e tristes. Sombrinhas e roupas em excesso também coloriam a cena.
Dentro do quarto, tudo parecia errado. Havia somente a cama e os equipamentos.
Eu deveria saber o que faltava, mas ainda assim, eram apenas uma sensação que se formava e desaparecia. Nada era concreto.
Ergui o braço esquerdo sem dificuldades e todos aqueles dispositivos conectados pareciam inúteis.
Um remédio poderia deixar o corpo tão entorpecido?
A porta recebeu dois toques antes de ser aberta.
– O que está fazendo? – A mulher falou, assim que entrou. – Quer perder o braço? – Ela ergueu uma sobrancelha.
– Não sinto dor – informei, antes de baixar o braço enfaixado.
– Isso não quer dizer que não vá quebrar.
Seu traje arrumado destoava de seus cabelos amarrados para trás. O rubro estampado nos fios parecia confundir meus sentidos.
Ela se aproximou e pegou a prancheta junto à cama.
– Seu nome?
– Eu não sei – respondi prontamente.
– Onde mora?
Balancei a cabeça negativamente enquanto ela descarregava todas as questões possíveis.
– Todos os seus exames parecem normais. Sua amnésia pode ter sido por algum choque psicológico, algo traumático. Você ficará em observação.
– Há quanto tempo estou aqui?
– Três dias.
– Eu me sinto preso – comentei e sua expressão mudou de forma estranha, antes de virar uma risada.
– Você não está. Aqui é uma ala especial para descanso.
– Então eu posso sair? – Deduzi.
– Quando melhorar, com certeza.
Senti que o diálogo não sairia disso, como se ela já usasse o script com frequência.
– Descanse bem. Eu volto mais tarde.
Assim que a porta fechou eu pude ouvir um “clique”. Era a confirmação de que tudo aquilo estava muito errado.
Arranquei os fios e a agulha que conduzia o remédio até meu corpo. Me levantei e aproximei da janela. Percebi que uma tela impediria minha fuga.
A janela do banheiro parecia menos amistosa com a minha ideia do que a do quarto. Enquanto eu calculava o tamanho da abertura na parede, meu corpo ia se apoiando no que precisasse para cumprir com o plano.
A altura era favorável e logo eu estava livre. Corri o mais longe que eu pude dali.
O calor excessivo poderia derreter qualquer coisa que o intimidasse. Enquanto eu me abrigava, notei que o número de pessoas ao meu redor era mínimo. E estes caminhavam de forma arrastada, com as mais variadas expressões de desespero.
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